segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Patriotismo a caminho do fim




Acordei  cedo com batidas de tambores, corri até o quarto dos meus filhos e, para minha surpresa, estavam lá, dormindo em pleno 7 de setembro.
O colégio deles não desfilou e não tinham o porquê de acordar cedo. Nem ao menos assistiram ao desfile pois havia gincana no colégio.
Me bateu um misto de ódio, revolta e pena.
Quem tem o direito e roubar uma fase da vida de nossos filhos?
O que fizeram com nossos tradicionais desfiles de 7 de setembro? Onde foi parar o entusiasmo?
De quem é a culpa?
Não me venha dizer que a culpa é dos políticos, da roubalheira, do escárnio da votação Jaqueline Roriz, que foi absolvida pelo resto da quadrilha, um conluio descarado, nem mesmo a desmoralização do Congresso Nacional, etc etc etc.
Me ufano do meu país, mesmo sabendo que está repleto de políticos, ladrões (redundância) e impunidade, mas não é um país só de desgraças, corrupção, coisas ruins é um país maravilhoso, carregado de coisas bonitas,  um clima sensacional e um povo acolhedor, solidário, trabalhador e principalmente um povo feliz, sempre pronto para dar aquele abraço que só nós brasileiros sabemos dar. Amo meu país acima de tudo e não vou deixar de amar, tenho sim é que lutar, esbravejar contra essa roubalheira desenfreada.
Há 30 anos, durante um desfile na Julio de Castilhos, quando havia cordão de isolamento para evitar a invasão da avenida, tamanho era o número de pessoas que se acotovelavam para ver o filho, o neto, o filho do vizinho, o filho do cara da venda passar batendo forte o pé esquerdo(ou era o direito?) sobre as linha pintadas na noite anterior sobre os paralelepípedos, a banda do colégio Santa Teresinha dirigida pelo professor Irton Feller iniciava o famoso caracol puxado pela Filó e seguida pelo Idésio com aquele bumbo enorme e as baquetas que passavam raspando a testa dos colegas, começou uma chuva torrencial e a banda não hesitou nem por um minuto, e continuou tocando, lembro das plumas cor-de-rosa na ponta do quepe desabarem, mas quanto mais aumentava a chuva mais forte batiam os instrumentos, era amor à causa. Eu participava do grupo de escotismo Caigangues que estava incumbido de fazer a segurança do local, estufei meu peito com orgulho e fiquei ali paralisado como um soldado da Guarda da Rainha. Quanto orgulho desse momento.
Onde foi parar esse orgulho? Será que tem a ver com não lecionarem mais OSPB, educação moral e cívica?
Adoraria ver meus filhos arrumarem a roupa na noite anterior e mal dormir tamanha a ansiedade do desfile. Ainda quero vê-los treinando  pelas ruas centrais da cidade na semana que antecede o sete de setembro. Quero vê-los cantando nosso hino com a Mão no coração e com os olhos marejados.
Vamos esperar nascer outro Airton Senna para novamente sentirmos o coração bater forte pelo nosso país?
Ou quem sabe iniciamos agora a ensinar civismo e amor à pátria aos nossos rebentos?






Um comentário:

  1. Vergonha foi ver que o 11 de Setembro foi mais comemorado no "Brazil" o que o 7 de setembro...

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